Até a década de 50, a praia de Tambaú era praticamente um bairro de veraneio. As famílias com maior poder aquisitivo tinham uma casa no centro e outra em Tambaú para passar as férias. As praias de Cabedelo eram mais usadas por famílias de outras cidades. A partir da década de 60 e 70, esse hábito começou a mudar e algumas casas foram sendo construídas para uso definitivo. Nessa mesma época, o arquiteto Acácio Gil Borsói, radicado no Recife, influenciou bastante as tendências e as construções residenciais daquele período. Era o modernismo que encontrava abrigo no gosto paraibano, embalado pela consolidação arquitetônica na construção de Brasília.
Mário Glauco di Láscio, Carlos Alberto Carneiro da Cunha, Leonardo Stuckert Filho e Roberval Guimarães tiveram atuações destacadas. Quase todas as residências dessa fase se encontram totalmente descaracterizadas, em sua maioria abrigando estabelecimentos comerciais. Como essas alterações agridem os projetos originais, tornando-os absurdamente feios, irreconhecíveis.
A vocação residencial de Tambaú fora descoberta. Mais e mais famílias passaram a adotar as casas-de-praia como residência definitiva e a arquitetura modernista foi avançando em direção da orla. Foi um rico momento para nossa arquitetura. Belas casas foram construídas à beira-mar. Esses imóveis que marcaram aquela época estão descaracterizados.
As residências que conservam o seu estilo original permitem a observação de uma arquitetura que considerava a integração ambiental como fator essencial, percebe-se a intenção de aproveitamento da luz e da ventilação litorânea.
O uso de geometrias arrojadas, grandes vãos com confortáveis varandas e colunas em formas de “V” deixaram uma marca inconfundível da época, tendo Brasília como símbolo nacional desse estilo. Os móveis pés de palito acompanhavam esse estilo, arquitetura e mobiliário falavam a mesma linguagem.
Somente nos anos 80, com a formação dos primeiros arquitetos da UFPB e o boom imobiliário de João Pessoa foi que a arquitetura moderna paraibana ganhou as feições atuais.
Os jovens arquitetos esbanjaram ousadia, particularmente nas cores. Observando-se à distância, os edifícios da orla, percebe-se uma combinação cromática aleatória que resulta em um gigantesco painel de efeito fractal.
Certamente que a escolha dessas cores não é submetida a nenhum programa, pois os pontos de observação são infinitos e o resultado é sempre alegre. Essa jovialidade arquitetônica policromática se amplia com a luz tropical incidente em todas as estações. A arquitetura moderna paraibana é muito alegre e colorida, reflete a diversidade cultural e étnica presentes em nossa sociedade.
Estação Cabo Branco, projeto do arquiteto Oscar Niemeyer.
Anfiteatro
Vista da avenida Epitácio Pessoa.
Exemplos da moderna arquitetura da cidade.
Átrio do Tambaú Flat.
segunda-feira, 23 de junho de 2008
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