domingo, 22 de junho de 2008

-Verde que te quero ver


O Parque Arruda Câmara, conhecido por Bica, localizado em Tambiá, a menos de quinhentos metros do centro da cidade, é uma justa homenagem ao médico e botânico e padre brasileiro Manoel de Arruda Câmara, nascido na cidade de Pombal, a mesma onde nasceu outro ilustre paraibano, o economista Celso Furtado. É um parque zoobotânico que abriga dezenas de animais em 43 hectares de Mata Atlântica.

Arruda Câmara era um frade carmelita que estudou medicina em Montpellier na segunda metade do século XVIII e adotou os princípios da Revolução Francesa de liberdade, igualdade e fraternidade, voltando ao Brasil fundou a primeira loja maçônica do país denominada Aerópago de Itambé.

Ali, os ideais revolucionários germinaram com muita força, eclodindo em seu seio a Revolução de 1817. A contribuição científica e política de Arruda Câmara deixa uma marca indelével na História do Brasil.

A fonte do parque foi urbanizada na mesma época em que Arruda Câmara atuava nos movimentos revolucionários de Pernambuco. Em 1782, a Provedoria da Fazenda Real autorizava a edificação da fonte que até hoje inspira os visitantes com a lenda de dois apaixonados membros de tribos rivais. Aipé era filha do cacique potiguar que se apaixonou pelo guerreiro cariri Tambiá que foi aprisionado e ferido de morte teve seus ferimentos cuidados por Aipé. Com a morte dele, Aipé teria chorado cinqüenta luas sobre a tumba do amado e desse pranto nasceu a fonte Tambiá.
Sem o glamour do Parque Trianon, em plena avenida Paulista,ou do Central Park, em Nova York, mas Bica é sempre um ambiente que desperta momentos românticos.
Suas alamedas são percorridas por casais apaixonados absorvidos pela cumplicidade da exuberante natureza.

O ar puro liberado pela mata torna o passeio muito agradável, principalmente para as crianças que se divertem com os animais selvagens de várias procedências em recintos limpos e seguros.

João Pessoa que já mereceu os títulos de Capital das Acácias, segunda cidade mais verde, que abriga o ponto mais oriental da América, agora, eu proponho Cidade dos Jequitibás. Essa árvore magnífica, símbolo da Mata Atlântica, cujo nome significa, em tupi-guarani, gigante da floresta, tem um fuste que pode atingir 50 metros de altura.

No perímetro urbano da capital vamos encontrar a maior concentração dessa espécie em uma cidade brasileira. A mata do campus da UFPB abriga dezenas delas, a Mata do Buraquinho mantém uma quantidade ainda maior dessa maravilha botânica. A Bica tem apenas dois exemplares, um deles tem um tronco com dois metros de diâmetro no colo do caule.

Uma das cidades mais verdes do Brasil, João Pessoa possui em seu perímetro urbano mais de 1000 hectares de Mata Atlântica, num raio inferior a dois quilômetros do centro da cidade, distribuídos em 515 hectares na Mata do Buraquinho; 333 hectares no campus da UFPB; 200 hectares no engenho da Graça e 43 hectares no Parque Arruda Câmara.

Temos a maior reserva urbana nativa de Mata Atlântica. João Pessoa perde apenas para a cidade do Rio de Janeiro em área florestal urbana, mas a Floresta da Tijuca é uma mata secundária, ela já foi uma grande fazenda de café, no século XIX.



Jequitibá, Cariniana strellensis e jacarandá-rosa, Dalbergia miscolobium.

Tronco de sumaúma, Ceiba pentandra.

Belo conjunto de palmeiras imperiais Roystonea oleraceae, na Bica.

Jardim do Tropical Hotel Tambaú.

Flores de pau-brasil, Caesalpinia echinata - Parque Solon de Lucena.

Flores de abricó de macaco, Couroupita guianensis.

Jardins da capital evocam os símbolos do Sertão. Mandacaru florido, Cereus jamacaru.

Flores da palma forrageira, Opuntia ficus-indica.

Grupo de bico-de-lacre na vegetação do rio Jaguaribe.

Marrecos no lago da fazenda da Graça da Cimpor.

Ninhal de garças na fazenda da Graça.

Colibri na Bica.

Ninho de colibri na fazenda da Graça.

Capela da fazenda da Graça com ninhal de garças.

Nenhum comentário: